segunda-feira, 8 de junho de 2009

Parto

Elisa
A gravidez da Elisa aconteceu um mês após adotarmos os nossos gêmeos, com nove meses de idade. Era uma gravidez desejada, mas completamente inesperada. Havíamos feito um tratamento imunológico alguns meses antes que na teoria já tinha “vencido”, e por isso a não ser que fizéssemos mais tratamento, não engravidaria nunca. Mas eu estava grávida, inegavelmente. Falamos com os médicos do tratamento, que nos disseram que eu teria que voltar com o tratamento até o quarto mês de gravidez, senão perderia. E a cada injeção mensal, meus enjôos multiplicavam, então eu entendia aquilo como “estava funcionando”. Tive enjôos na primeira gravidez, mas na da Elisa foram muito piores. Perdi peso, não conseguia mais fazer um monte de coisas. Comecei a ter contrações perceptíveis ao andar e ao vomitar, enquanto fazia qualquer coisa. E com isso, com 31 semanas, tive um sangramento, q no PS falaram ser pq estava com um dedo de dilatação. Depois com 32, mais um susto, fiquei internada pois estava tendo contrações e risco de parto prematuro. E ainda mais, se viu que a Elisa havia sentado, o que seria complicado caso ela nascesse antes do tempo. As duas semanas seguintes eram de pegar leve, de tudo, e antes de precisar fazer alguma coisa, ela voltou a virar. Mas as contrações continuavam, e a minha ansiedade também. Com a minha ansiedade, a família também ficou ansiosa, e assim virou um círculo de ansiedade sem parar, enjôos piorando, contrações direto sem trabalho de parto, etc. Na minha consulta de 39 semanas a Andrea disse q minha pressão havia subido um pouco, que ficaríamos atentos.
Na sexta de manhã, com 39 semanas e 5 dias, acordei com a vista embaçada, cheia de pontinhos e uma dor de cabeça. E continuava tendo contrações fracas, mas isso já havia tempos. Liguei para a Andrea e falei q não era pelas contrações, mas pelos outros sintomas que eu estava preocupada. Ela me mandou ao hospital e arrumei gente para ficar com os meninos, uns amigos me levaram, e fomos eu, minha mãe e o Renato mais a Emily ao hospital. Chegando lá confirmaram as minhas suspeitas...a minha pressão estava alta. Falaram com a Andrea e disseram q iam me internar para monitorar a pressão. A esta altura com a Emily já tinha sido cesárea. Subindo no elevador, dei de cara com a médica que fez a cesárea da Emily, algo que estava numa situação igual, mas que o final seria outro. Não tinha quarto, então me colocaram a principio numa sala de pre-parto. Nisso, a Andrea estava a caminho do hospital. Ela chegou e veio falar com a gente, que poderia ser uma pre-eclampsia e que se fosse teria uma série de medidas a ser tomada. Então que faria um exame de urina, e enqto isso eu ficaria de jejum. E perguntou o que a gente achava de induzir o parto. Eu sabia que isso poderia ser um trabalho de parto mais difícil, que poderia acabar mais facilmente em cesárea, mas tb estava no meu limite havia dias em relação a gravidez, e mais a pressão subindo, concordei na hora, era o que mais queria naquele momento. Com isso, colocaram a ocitocina no soro, e ela descolou a bolsa. Eu estava com 3 cm de dilatação. As contraçòes foram ficando regulares, mas me supreenderam pois não doiam...eu falava q era bom demais para ser verdade, dei voltas no hospital com a Ana Cris, mas nada de dor forte, apenas um incômodo. Mais uma hora e meia eu acho, e 1 cm a mais de dilatação, decdiram romper a bolsa para acelerar as coisas. A partir daí senti as contrações de verdade. Foram aumentando, e em uma hora apareceu mecônio, mas pouco, depois mais. Fiquei no chuveiro, depois saí, fiquei um tempo deitada, mas as contrações eram muito fortes. Diminuiram a medicação e meu corpo estava agindo sozinho, mas as contrações se espaçaram e foram ficando irregulares, então aumentaram de novo o remédio. Fomos a sala de Delivery, e fui para a banheira, com uns 5 cm eu acho. Fiquei bastante tempo, mas as contrações estavam me deixando maluca. A Emily estava presente, e só a voz dela irritava. Lembro da Ana Cris pegando ela no colo e xplicando pra ela algo de porque eu estava daquele jeito. Saí da banheira para monitorarem a bb, e viram q as contrações estavam muito fracas. Teriam que aumentar a ocitocina, mas eu estava realmente além do meu limite em relação a dor já. Já desde a banheira pensava em anestesia, mas queria conseguir sem. Só que o meu corpo foi travando e vi que se não melhorasse a dor, eu não ia conseguir. Com isso, e sabendo que aumentariam a dose do remédio, pedi a anestesia. Ninguém criticou, e a Andrea havia falado antes no pre natal q quando a mulher pede, geralmente é pq precisa mesmo. Ninguém me ofereceu e isso foi fundamental tb, pois senão eu talvez teria aceitado antes. Mas a esta altura já era 23:00, e eu tinha começado no remédio antes do 12:00, e eu estava exausta. O anestesista veio, e apesar de eu repuxar um pouco, na segunda tentativa conseguiu. Ele usou uma medicação que disse que tira a dor, mas não a vontade de fazer força. Mas funciona por umas duas horas e aí tem que complementar. Após estas duas horas e pouco, voltei a sentir dor. Pedi que vissem como estava a dilatação para decidir se aguentaria até o final ou se precisaria mesmo de mais. Estava com quase 9 cm de dilatação. Não me lembro se acabaram colocando mais remédio naquele momento, acho que não. Só que logo a pressão em baixo foi ficando muito forte, e a Andrea disse que eu podia tentar fazer força, para aliviar a pressão...com isso a bb começou a descer. Todo mundo um pouco das 2:00 estava acordado e vendo, pois eu estava fazendo força logo dava para ver a cabeça começando a descer. Estava deitada de lado, e perguntaram se queria ficar de outro jeito, mas eu não queria me mexer. No ultimo empurro antes da cabeça sair, percebi que sairia, e deu um medo, mas fiz a força e saiu a cabeça. Tudo isso eu via pelo espelho da Ana Cris. Os ombros estavam saindo, e fiz mais força, e logo ela saiu inteira, e a colocaram em cima de mim. Foi uma coisa incrivel, e mais incrivel foi que a minha mãe e a Emily estavam presentes em todo este tempo. Minha mãe chorou ao vê-la. Eu sei que se tivesse mais vinte pessoas eu não teria ligado, pois não estava preocupada com nada além do parto. Ela tinha um verdadeiro nó no cordão. Pouco tempo depois, saiu a placenta, e foram ver as lacerações pois eu estava sangrando muito. Os ombros dela fizeram um pequeno estrago, mas que alguns pontos e um tempinho ajudaram. O Cacá estava presente e fez os primeiros cuidados com a Elisa, com aquele cuidado que é o jeito dele. Eu fui por quarto e depois de um tempo, trouxeram a Elisa pra mim. Eu tinha pensado em embora no dia mesmo, mas estava sentindo muita dor da laceração, e resolvi ficar mais um dia. Mas fui embora em menos de 48 horas.
Foi um parto que tinha tudo pra ser uma cesárea, mas que por estar com a equipe certa, não foi. Foi um parto em que muitas feridas foram se fechando...feridas da cesárea anterior, e pra mim, de ter ficado tão sozinha na cesárea da Emily e estar num momento de desharmonia familiar, a presença da minha mãe nesta hora, ajudou a fechar estas feridas e dar um novo começo. Foi um parto onde conheci alguns limites meus, e que pensando alguns meses depois, percebia que havia limites que um dia eu queria mudar. E que com certeza, foi um grande passo para o meu próximo parto.

Chegada do Leo

A gravidez do Leo foi novamente inesperada. Eu queria que fosse outra menina, mas uma vez que senti com o coração e não o desejo, achava que era provável que fosse menino. Todos os meus sonhos eram com menino. E assim descobrimos depois de um tempo que menino era. Apesar do medo de mais um menino (pois os acho mais difíceis, pelo menos na fase dos 3 anos onde estão os meus gêmeos), comecei aos poucos a curtir a idéia. Tive novamente os enjôos extremamente fortes, só consegui controlá-los (e assim controlar a perda de peso) a base de medicação. Não acho que seja a melhor opção pra todos, mas no meu caso, eu precisava “funcionar” para poder cuidar dos 4 filhos mais velhos. Continuei amamentando a Elisa, e por volta de 17-18 semanas, senti que ela estava mamando “a seco”. Mas não quis que ela desmamasse, então ela continuou e com 24 ou 25 semanas, eu acho, apareceu o colostro. Ela continuou mamando até o dia do parto, e continua hoje (muito feliz com o leite, por sinal). Com 33 semanas, comecie a sentir contrações, alguns dias muitas, alguns dias, nenhuma. Braxton Hicks todos os dias, mas contrações um pouco mais fortes, as vezes. Pensei se teria susto de ameaça de parto prematuro de novo, e me deu um alívio passar de 37 semanas, pois aí ele já poderia nascer em casa. Estava tendo cada vez mais contrações, então achava que ele poderia nascer logo logo. Só que eu ainda não havia resolvido com quem seria o meu parto. Eu tinha feito o pre-natal com a Andrea, mas o plano sempre foi de PD, e com 37 semanas, se eu não resolvesse logo, poderia não ter o sonhado PD. Cheguei a pensar que eu tinha enrolado demais e que a solução seria um parto hospitalar. Mas só de frente com esta possibilidade, percebi o quanto eu queria um PD. Com a ajuda de uma pessoa muito especial, consegui resolver, e conversei com a Vilma no telefone. Combinamos uma consulta na terça, que seria 37 semanas e 3 dias, e assim foi. Tudo tranquilo, a não ser a minha pressão, que ela nem me falou quanto tava, mas disse que deveria ser da correria, e falou pra tomar uns chás e relaxar. Na terça seguinte, faríamos outra consulta, mas acabou sendo remarcado. Neste dia a tarde, a minha mae colocou as maos na minha barriga e encostou o nariz (o que me dava aflição), e falou pro Leo que era pra ele nascer logo, que o dia seguinte estava ótimo. Eu ri. Fiquei terminando uns trabalhos de tradução a noite, e fiquei acordada até as 2 da manhã. Tinha algumas contrações e um pouco de pressão, mas nada pior que os últimos tempos. Resolvi ir dormir.

O dia seguinte, com 38 semanas e 4 dias, na quarta-feira, começou tudo. De manhã, a Elisa mamou, e deu algumas contrações mais fortes, mas isso sempre acontecia quando ela mamava. Eu tava com muito sono, então deixei ela brincar com a Emily, os meninos ainda estavam dormindo, e enrolei mais uns minutos na cama. Cochilei, mas acho que nem se passaram 5 minutos quando senti um estralo que eu sabia que era minha bolsa rompendo. Só que não saiu liquido, e pensei que havia me enganado, que só foi um chute diferente. Mas chamei a Emily e nós duas jogamos as minhas cobertas longes pra não molhar, pois de repente senti o liquido vindo. Mal deu tempo e vazou, encharcando a cama toda (felizmente tinha forrado com um plástico havia alguns dias). Me levantei e fui ao banheiro, deixando uma trilha no chão, e no banho também saiu bastante liquido. Sai do banho e coloquei uma roupa com um absorvente grande, mas mesmo assim, tava vazando então coloquei uma toalha entre as pernas, e fiquei de saia, pois escorria de tempos em tempos pela perna. Fui arrumar algumas coisas, coloquei as roupas de cama pra lavar, etc. As 9:30, mais ou menos 1 hora depois, comecei a ter contrações, e chamei minha mãe pra me ajudar a mandar os meninos pra escola, pois com bolsa rota e contrações, mesmo que não muito fortes, eu achava que seria o início do TP. As contrações foram ficando mais juntos, e falei com a Cris Toledano, que seria minha doula, algumas vezes, e ela falou q viria depois do almoço, a não ser que eu precisasse dela antes. Falei que tudo bem, e também falei com a Vilma, que ainda não estava em trabalho de parto mesmo, mas que a bolsa tinha rompido, e depois que as contrações estavam mais juntinhos. A Cris veio, mas foi quando as contrações estavam já se espaçando, sumindo, e a dor, bem mais leve e fácil de lidar. Ela tinha a gravação na reunião de pós-parto, então falei que não tinha porque ela perder, que ela deveria ir, e qualquer coisa eu ligaria. Ela falou que era pra ligar mesmo, que poderia deixar a reunião com as outras pessoas, mas eu não sentia a necessidade naquele momento. A Vilma falou comigo e passou em casa, pra saber o que estava acontecendo. Minha mãe estava preocupada com minha pressão, pois eu estava com dor de cabeça, e estranhou quando a Vilma não mediu (e achei muito bom, pois naquele momento, estressada, com certeza teria dado alto). Eu ainda estava com 2 cm de dilatação, com uma membrana ainda, o que ela disse que significava uma rotura alta da bolsa, e estava com poucas contrações. Com isso, poderia entrar em TP, ou poderia levar alguns dias pra isso acontecer. Ela sentiu que as coisas estavam tensas naquele momento e sugeriu que eu pensasse numa solução. E realmente estavam, pois estava o Renato, a minha mãe e a Emily aqui, todos simplesmente esperando algo acontecer. E aí, quando ela falou que poderia demorar até dias, senti de longe a preocupação da minha mãe, pois pra ela, se a bolsa rompeu, há pouco tempo, talvez 24 horas antes do bebê precisar nascer, e isso não acontecer, pra ela, seria um risco desnecessário e talvez irresponsável. A Vilma saiu e minha mãe me perguntou o que eu queria que ela fizesse. Repeti o que a Vilma havia dito, que eu não estava em TP, que poderia levar dias, e que com isso, falei pra ela que era melhor ela ir pra casa, e qualquer coisa eu a chamaria. E disse que estava cansada, pedi pra ela levar a Emily também pra casa dela. Ela não gostou muito, mas senti que era a melhor coisa. Resolvi tomar um banho pra relaxar pois senti minha pressão lá em cima, estava com dor de cabeça e muito estressada.ntão acabei falando pra ela ir fazer as coisas dela, e fiquei. A parteira passou aqui pra ver como estavam as coisas, eu estava com 2 cm de dilatação, mas sem trabalho de parto ainda, e uma membrana ainda. Ou seja, podia demorar alguns dias pro Leo nascer. Então, ela foi embora, e pedi a minha mae que levasse a Emily pra casa dela, pois eu iria descansar. Sairam, e tomei um longo banho pra relaxar, pois eu estava já muito tensa. Aí me deitei no sofá e dormi um tempo.

Acordei umas 16 e pouco com uma contração mais forte, mas continuei dormindo, acordando de vez em quando por causa de contrações. Quando deu 5:30, não dava mais pra dormir, mas as contrações continuavam irregulares, eu achava que ia parar de novo. Vinham em intervalos de 3-7 minutos até mais ou menos as 7:15, que foi quando começaram a vir mais óu menos a cada 2-3 minutos, mas ainda teve uns dois intervalos de 10 minutos. Falei com a Vilma quando ainda estavam bem irregulares, e ela falou de tomar outro banho, pra ver se era só irritação, e parariam. Fui pro banho, e foi nesta hora que eles ficaram juntinhos...fiquei primeiro em pé, tudo o que conseguia fazer na contração era respirar, não conseguia me mexer. Aí ajoelhei numa toalha com o tronco apoiada na bola. Fiquei assim um tempão e foi neste tempo que tive uns intervalos de 10 minutos, que me davam dúvidas, pensei que podia ser TP, mas tinha receio de não ser. Os gêmeos chegaram da escola as 7:00, o Renato foi arrumá-los pra ir à igreja com minha mãe. Ela passou em casa, e me perguntou se deveria ficar, falei que não, que estava sim com contrações mais próximas, mas que ainda não tinha certeza se era TP. Mas 10 minutos depois que ela saiu, pedi pro Renato ligar pra Cris, e que era pra falar que eu ainda não tinha certeza se era TP, mas que eu não tava aguentando a dor enquanto isso. Ele ligou e logo em seguida, comecei a ter contrações emendadas, duravam 1 minuto, e acabava uma e começava outra. Tenho no papel anotado (ele ia anotando 7:41, 7:42, 7:45, 7:46, 7:48, 7:51, 7:52, 7:54). As 7:50 (pelo q tava gravado no celular no dia seguinte), falei pra ele ligar JÁ pra Vilma, pois não tinha mais dúvidas de que era TP e as coisas estavam indo muito rápido. Ele até então anotava quando eu tinha uma contração, mas fora isso, estava ausente. Mas a dor era tanta, que pedi a ele que viesse tentar fazer massagem nas costas. Por uns minutos, deu, mas depois, a pressão só piorava. Eu estava com muita pressão e ânsia de vômitos, e as contrações ficaram um pouco diferentes, era tipo uma suportável seguida sem intervalo de uma que me paralisava, olhava pro chão e só respirava. Mas eu comecei a sentir alívio segurando um pouco a barriga, e de quatro não dava mais, então chamei ele de novo, que me ajudou a levantar, minhas pernas e meus braços já estavam meio dormentes.

Foi pouco depois disso, eu acho que umas 8:45, que a Cris chegou. Eu nesta altura só me apoiava na parede, com o chuveiro muito quente nas costas, e respirava, pois as contrações não me deixavam me mexer. Olhava pra parede ou talvez fechava os olhos, mas não conseguia me mexer. Eu tava tendo cada vez mais ansia de vomito e tontura, e algumas vezes senti puxos, como se fosse uma pressão muito forte pra baixo, e uma vontade de fazer cocô, mas demorou pra cair minha ficha. Eu ainda achava que quando a Vilma chegasse, poderia falar que faltava muito, tinha medo de faltar muito e de não conseguir lidar com a dor. A Cris sugeriu tentar sair do banho, mas toda vez q a gente começava a ir, a dor piorava, eu ligava o chuveiro e não conseguia sair. Ela foi me ajudando simplesmente estando lá, massagem não funcionava neste altura, por algum motivo, fazia intensificar a contração, mas estar sozinha com a dor era difícil demais, e nesta hora a presença dela foi fundamental. E assim fomos até a Vilma chegar, acho que era 9:10. Ela chegou e sugeriu tentar me mexer pra melhorar a dor, mas eu não conseguia, ela sugeriu várias coisas que poderiam ajudar com a dor, mas eu não conseguia me mexer. EU queria chamar minha mãe e a Emily de volta, pois queria que estivessem presentes na hora do parto, e ainda estavam na igreja. A Vilma falou de ver como estavam as coisas primeiro, achei bom, pois ainda tinha um certo medo de estar no começo, então fui indo pra cama, mas antes mesmo de conseguir chegar (apenas alguns metros, mas me mexer doía demais), falei pro Renato ligar pra minha mae, pois estava com vontade de fazer força. Ele ligou as 9:20 e me deitei de lado, era a posição mais confortável pra mim. A força vinha mas eu não acreditava q já ia nascer, e estava com a perna fechada. Minha mãe e a Emily estavam a caminho, não queriam que perdessem, mas a força vinha de forma involuntária e muito forte, estava pensando que ia rasgar tudo! A Vilma falou que precisava liberar o bb, que eu estava segurando ele pra dentro e o Renato ajudou a segurar a minha perna, só que dava caimbra, e despespero. Foram ajudando na caimbra, e as forças aconteciam, eu querendo ou não, e com uma força que eu ainda achava que tava demais. A Vilma em algum momento me falou que dava pra eu sentir a cabeça dele, eu lembro que pensei na hora que não parecia uma cabeça, parecia muito mole. O Leo começou a vir, e nesta hora tocou a campainha. Era minha mãe. A Cris abriu pra ela, e ela entrou no quarto e dava pra ver o topo da cabeça do Leo. A Emily se ajeitou e o Leo em algumas forças, a cabeça nasceu. Senti o circulo de fogo, sem dúvida, pensei que eu deveria ir mais devagar, mas não conseguia. A força era incontrolável. Me deu uma certa urgencia de tirar o corpo uma vez que senti a cabeça pra fora, mas a Vilma mandou esperar, ele tinha duas voltas de cordão no pescoço, ela tirou e mais uma ou duas forças e ele nasceu. Logo, muito rápido, a placenta se soltou, e saiu com uma pequena força, lembro que a sensação era bem estranha, quase como se fosse outro bebê, mas mole e menor. Tive uma pequena laceração na cicatriz da laceração da Elisa, mas que não precisou de pontos. Foi um parto maravilhoso em todos os sentidos, o Leo nunca saiu de perto da gente, e é um bebê muito tranquilo, como a Elisa também era. Teve icterícia devido a um excesso de sangue na hora do parto, o Cacá comentou que se tivesse sido em alguns hospitais, ele teria ficado internado. Este parto, de especial, tem que entrei em trabalho de parto de forma espontânea pela primeira vez. E me mostrou que cada parto acontece do jeito que tem que ser. No meu caso, meu VBAC hospitalar foi muito bom, e com certeza sem ele, não teria tido este PD.

Agradeço a Andrea, pelo prenatal tranquilo (pois comecei pelo convênio e só estressou desde o começo), a Ana Cris, sem a qual não teria dado todos os passos pra chegar no parto dos meus sonhos, a Cris Toledano, que tem sido uma ótima amiga, e que me deu a tranquilidade que eu precisava no momento mais difícil, a Vilma, que foi uma super parteira, que não me apavorou com minha pressão, e que tem um jeito único e muito legal de encarar o parto, e o Cacá que veio aqui ver o Leo alguns dias depois do parto e o viu de novo agora, e me mostrou que cada bebê é único, e pela primeira vez, um filho meu ganhou peso nos primeiros 10 dias ao invés de perder!

2 comentários:

Cláudia Gimenes disse...

Nossa amiga, fiquei sem ar em ler sobre os partos!
Só posso te dar os parabéns pela equipe que te acompanhou no parto do Léo, por tudo ter corrido maravilhosamente bem e por vc ter conseguido realizar seu sonho com o PD!
Esse foi um sonho que acalentei tbm, caso tivesse engravidado!
bjs e mais uma vez, parabéns!!!

Cláu

Carol Flor disse...

Muito bom seu relato. Se fosse um médico qualquer por aí era cesárea com certeza absoluta.

Parto tem muitas nuances, aprendi um pouco mais com esse relato.

Vou publicar no meu blog, se permitir...